
Os Primeiros Tablets e Quem os Criou — A História Completa
Quando falamos de tablets hoje, é quase impossível não pensar no iPad e nos aparelhos fininhos que usamos para ler, assistir vídeos e trabalhar. Mas a ideia de um computador portátil, com formato de “livro eletrônico” e interface direta com os dedos ou caneta existe há décadas. Nesta postagem você vai encontrar a história completa: quem idealizou o conceito, quais foram as primeiras máquinas comerciais, como a tecnologia evoluiu e por que o iPad de 2010 mudou o jogo.
O conceito inicial: Dynabook (a visão de Alan Kay)
A ideia de um computador pessoal portátil, fácil de usar por crianças e adultos, foi idealizada por Alan Kay — pesquisador da Xerox PARC — que, nos anos 60/70, apresentou o projeto conceitual chamado Dynabook. O Dynabook não era um produto comercial, mas uma visão de como computadores pessoais poderiam ser leves, interativos e pessoais — basicamente um antepassado intelectual dos tablets modernos.
Primeiras tentativas comerciais: GRiDPad e afins
O primeiro aparelho comercial que costuma ser citado como “tablet” foi o GRiDPad, lançado em 1989 pela GRiD Systems. Era um dispositivo pesado, com caneta stylus, usado principalmente em nichos profissionais (campo médico, logística). Não era um tablet no sentido fino e leve que conhecemos hoje, mas abriu caminho para interfaces com caneta e telas sensíveis.
PDAs e o caminho das canetas: Apple Newton, Palm e outros
Nos anos 1990 surgiram os PDAs (Personal Digital Assistants), que popularizaram a ideia de interface portátil e toque/estilete:
- Apple Newton (1993): um dos primeiros dispositivos com reconhecimento de escrita e interface de caneta — trouxe muita atenção ao conceito, mesmo com limitações técnicas da época.
- PalmPilot (meados dos anos 90): simplificou o conceito de agenda/organizador digital, tornando a interação portátil mais prática e acessível.
Esses aparelhos não eram “tablets” completos (eram menores e focados em organização), mas mostraram o valor da mobilidade, da interface direta e do ecossistema de aplicações.
Iniciativas da Microsoft: Tablet PC (2001)
No começo dos anos 2000 a Microsoft lançou o conceito de Tablet PC, uma versão do Windows otimizada para caneta e toque. Fabricantes como HP, Toshiba e Motion produziram máquinas “tablet” baseadas no Windows XP Tablet PC Edition. Eram dispositivos voltados para produtividade, educação e uso empresarial; mais pesados e caros, porém importantes na evolução do software para caneta e reconhecimento de escrita.
O salto que mudou tudo: iPad (2010)
Embora já existissem tablets e PDAs, foi o lançamento do iPad pela Apple em 2010 que transformou a categoria em produto de massa. O iPad apresentou tela multitouch responsiva, bateria duradoura, interface otimizada para mídia e apps e uma loja de aplicativos (App Store) já madura. A combinação de hardware eficiente, software intuitivo e ecossistema de desenvolvedores tornou o tablet um aparelho desejável para consumidores.

- Kindle e leitores digitais (2007+): embora voltados para leitura, popularizaram telas dedicadas e o conceito de dispositivo “entre o livro e o computador”.
- Netbooks e ultrabooks: trouxeram foco em portabilidade e consumo de mídia, cruzando características com tablets.
- Chromebook + tablets Android: diversificaram a oferta e criaram cenários de dispositivos híbridos (2-em-1).
Tecnologia por trás da evolução
Alguns avanços que permitiram a existência dos tablets modernos:
- Telas multitouch: permitem interação direta com gestos e toques; evolução de resistivas (caneta) para capacitivas (dedo).
- Processadores móveis: chips de baixo consumo com bom desempenho (ARM e variantes) tornaram possível bateria longa e responsividade.
- Baterias melhores: maior autonomia para uso multimídia.
- Redes e conectividade: 3G, 4G e hoje 5G aceleraram a experiência online.
- Sistemas de apps e ecossistemas: App Store, Google Play e lojas próprias aumentaram o valor dos dispositivos.
Quem “criou” os tablets?
Não há um único criador. A categoria nasceu de uma soma de ideias e contribuições:
- Alan Kay — idealizou o conceito (Dynabook) que inspirou a visão de um computador pessoal portátil e didático.
- Empresas e inventores — GRiD Systems (com o GRiDPad), Apple (Newton e depois iPad), fabricantes de PDAs (Palm) e empresas que apostaram em Tablet PC (Microsoft + parceiros) deram forma comercial ao conceito.
- Pesquisadores e engenheiros — trouxeram inovação em tela, toque, bateria e processamento, permitindo que a visão se tornasse viável.
Impacto e usos — de hobby a ferramenta profissional
Os tablets mudaram vários setores:
- Educação: livros digitais, material interativo, aulas remotas.
- Saúde: coleta de dados, visualização de exames, prontuários digitais.
- Criação de conteúdo: ilustração digital com canetas e apps especializados.
- Consumo de mídia: vídeos, leitura, apps sociais e jogos — uso principal para muitos consumidores.
Linha do tempo resumida
- Anos 60/70: conceito Dynabook (Alan Kay).
- 1989: GRiDPad — primeiro dispositivo comercial de formato tablet/stylus.
- 1993: Apple Newton (PDA com reconhecimento de escrita).
- 1996–2000: Palm e outros PDAs ganham espaço.
- 2001: Iniciativa Tablet PC da Microsoft (Windows XP Tablet PC Edition).
- 2007: Kindle populariza leitura digital.
- 2010: iPad revoluciona o mercado e populariza tablets modernas.
Por que o iPad fez tanto sucesso onde outros falharam?
Alguns motivos-chave:
- Experiência de usuário polida: sistema rápido, fluido e desenhado para toque.
- Ecossistema: apps bem desenhados desde o lançamento.
- Marketing e posicionamento: Apple posicionou o iPad como aparelho de mídia e produtividade, acessível e aspiracional.
Conclusão
A história dos tablets é um excelente exemplo de como uma boa ideia (a visão do Dynabook) precisa de décadas de avanços técnicos e experimentação comercial até virar algo massificado. De GRiDPad e Apple Newton às máquinas Windows Tablet PC e ao iPad, cada passo trouxe melhorias — telas melhores, processadores mais eficientes e ecossistemas de apps. Hoje os tablets são ubiquos: ferramentas de trabalho, educação e lazer, herdeiros de décadas de inovação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário